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Arquivos Mensais: outubro 2011

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (sexta página)

30 domingo out 2011

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(Continuação a partir do final da quinta página. Ver post)

Surgiu uma nova espécie, o crânio alcançando 850 a 1.250 cm³, o peso chegando a 70 quilos; a pelve, redesenhada, mais larga e mais baixa, arredondada e funcional, e os fêmures reposicionados, tornaram possível idas e vindas mais frequentes, longas caminhadas, por distâncias maiores. Então a mesma lei natural que tirou os seus antepassados da floresta a fez migrar, redirecionou-a na busca de novos horizontes, de lugares melhores e mais seguros para viver.

O mundo se transformava continuamente e a espécie, adaptando-se, mudava com ele, de lugar, de comportamento; o cérebro seguiu crescendo em tamanho e complexidade, melhorando a aquisição de conhecimentos. Colhendo e quebrando pedras para produzir ferramentas, pontas de lanças e dardos, as centelhas surgidas dos golpes e do seu atrito com superfícies duras não terão deixado de ser notadas; o fogo foi pura questão de tempo, dos experimentos de um exemplar mais curioso e criativo. Utilizado para iluminar, aquecer cavernas e afugentar animais noturnos, logo começou a cozer alimentos. A permanente improvisação e a constante necessidade de criar, geração após geração, fez o cérebro variar na escala 1.250/1.350 cm³, ocupando cada vez mais espaço na caixa craniana, ampliada no ritmo de sua expansão.

Passou o tempo; grupos nômades de erectus e heidel foram para o norte, alguns pelo litoral, outros pelo interior, atravessaram o atual deserto líbio pelo sudeste e cruzaram a região onde hoje está o Egito. Além Cairo, venceram pelo extremo nordeste o que é modernamente o Canal de Suez e penetraram o oriente médio através do que é atualmente o Iraque, de lá espraiando-se para o oeste europeu e leste da Ásia de nossos dias.

Grupamentos diversos formaram-se a partir de elementos culturais comuns, alguns dentre eles constituindo-se corpos sociais complexos com regras de governo compreendidas na forma de domínio característica de cada grupo vencedor dos combates travados no desdobrar das rivalidades intergrupais. Delineado o perfil da espécie, o gosto pela conquista marcou de vez o seu caráter; disseminados ao longo da faixa leste do continente, australopitecinos, ergasteres, erectus e heidelbergensis exterminavam-se ferozmente, todos contra todos, submetendo violentamente os vencidos e impondo-lhes os princípios do seu estrato cultural. Os mais obstinados, ou aqueles por qualquer razão malquistos pelo vencedor, sofriam penas que iam da execução sumária a pauladas à expulsão, passando por maus tratos e trabalhos forçados ao sabor do humor dos vencedores.

Desse caldo de culturas emergiu, em grupos pequenos e isolados, um tipo diferenciado de indivíduo, a índole livre e independente. A vida dura (…)

MEU BLOG, MEU DIÁRIO 2

30 domingo out 2011

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Ele estava lá, eu o havia deixado propositalmente, o dispositivo; deixei-o no assento, fora da capa, com o lado reto colado no braço do sofá, gravei bem sua posição. Subi para o almoço. Escapuli. Ele já não estava lá. Acabei de almoçar, fui para a sala ler o jornal do dia, aí aquela sinalização, da varanda. Esperei um pouco, desci, fui lá fora, fiz um folclorezinho, entrei. Ele estava lá, em posição diferente da qual o havia deixado, afastado do braço, quase no extremo externo do assento, com o lado curvo voltado para dentro.

Era o dia 28 de outubro, sexta-feira, a moça, aquele homem, os preparativos, o problema com a lâmpada.

Uma hora dessas, meu diário, eu relaciono para você todos os arquivos do dispositivo, entre eles Marie-Anne/Marie Anne, cujo copyright é meu. Faz tempo. Acontecem coisas muito esquisitas, como aquela da relação de senhas. Evaporou. Foi preparada com esferográfica vermelha em meia folha de A4 na vertical. Não, não perdi, estava no meio de outros papéis do mesmo tamanho, com anotações; houvesse perdido, eu os teria perdido todos, não foi o que aconteceu. Só ele, de repente, não estava mais lá. Evaporou.

 

 

 

 

 

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (quinta página)

26 quarta-feira out 2011

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(1- Continuação a partir do final da quarta página – 2 – Veja atualização do índice do blog no post de 11 de setembro – 3 – No post anterior constou 7 de outubro como data do primeiro posto sobre Steve Jobs; data correta: 12 de outubro)

os mais temerários, não necessariamente os melhores, aspiraram a um novo mundo. Havia riscos, claro, os predadores vagavam a savana, mas eles se sentiram fortes o bastante para a vida fora da segurança da floresta. Logo se impacientaram; em algum lugar, perto ou longe, haveria, provavelmente, algo para ser conquistado, prêmio pelos perigos que certamente correriam. Com desassombro, atributo que marcaria uma parcela dos seus descendentes, mas que a medianidade deles jamais experimentaria porque preferiria a segurança de suas florestas à busca pelo desconhecido, aqui e ali muito mais gratificante e provedor, fizeram resolutos a viagem inversa àquela empreendida por seus pequenos e amedrontados antepassados; ganharam, para não mais retornar, a amplitude do descampado onde a vida repleta de perigos transbordava compensações. Já mediam, então, aproximadamente, um metro e setenta e pesavam em torno de 68 quilos, exibindo um crânio de capacidade entre 750 e 850 cm³. A luta que se propuseram travar contra o desconhecido não reservaria espaços para a complacência; a lei da selva orientaria os posseiros do planeta na conquista que os tornou seus senhores e se manteria, menos ou mais ostensivamente, por toda a sua história. O ser humano entrou na linha de montagem.

A vida, trabalhosa, ter-lhes-á sido favorável até serem descobertos pelos grandes predadores, sob cujos ataques se terão reduzido, agravada a redução pelas prováveis deserções ocorrentes quando ameaçada a segurança do grupo. Entre os remanescentes, os mais aptos perceberam que sobreviver na savana era bem mais questão de habilidade do que de força; terão, por isso, adotado novos comportamentos. Erguendo-se ocasionalmente para colher frutos ou folhas mais altas, passaram a ver mais longe, o que lhes possibilitou anteciparem-se à caça e ao predador, decidirem-se pela luta ou pela fuga; passando a fazê-lo habitualmente, adestraram-se, capacitando braços e mãos para a defesa e para o ataque, para empunhar lanças e manejar ferramentas. Definitivamente estabelecidos na savana, foram crescentemente exigidos; obrigados a planejar e a criar, o cérebro expandiu-se, a inteligência desenvolveu-se. O permanente atrito do corpo contra as pedras e contra o solo em busca de lascas para produzir armas e utensílios diversos e enquanto dormiam, o mover-se entre arbustos e árvores espinhosos, de folhagem áspera, na busca de galhos para fazer cabos de ferramentas ou lanças, o expor-se ao sol e ao frio, gastava-lhes os pêlos, tornando-os menos abundantes. A vegetação rara e queimada dos verões, longos e muito quentes, e as glaciações, provocaram mudanças nos hábitos alimentares; herbívoros, a fome impôs-lhes a caça, em cuja carne obtiveram proteínas não produzidas pelo organismo, com o que se desenvolveram melhor. Os caninos encurtaram, ajustando-se aos incisivos, a cara, suavizando-se, revelou rudimentos do rosto humano, a luta permanente contra o ambiente hostil fez com que endurecessem, galvanizou-os.

STEVE JOBS 2 – A CONTRADITA

24 segunda-feira out 2011

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Ontem, sábado, 22 de outubro, em O Globo, pagina 6, Cacá Diegues, comentando sua visita ao acampamento do `Ocupem Wall Street` no Zuccotti Park, em Nova York, e declinando sua visão do movimento, referiu um homem alto, magro e informalmente bem vestido carregando um cartaz no qual escrito “Os sionistas controlam a economia americana”, com uma moça baixinha em sua cola dizendo em seu próprio cartaz “Não concordo com ele”.

 O homem alto, magro, a moça baixinha e os seus cartazes me vêm a propósito do contraditório, regra pétrea para qualquer pessoa, regime ou sociedade que se dê o respeito. Sempre haverá o outro lado, é preciso ouvi-lo, considerá-lo. Essas referências remetem ao post de sete de outubro, no qual Steve Jobs aparece como exemplo do individualismo sadio, do talento inovador que não segue as `regras` gerais de comportamento, antes orienta-se estritamente pelo comando legal. Ele não deve ter feito nada errado, pois, num país onde a mulher flagrada em adultério pelo marido por meio do GPS do novo iPhone – obra de Jobs – cogita acionar a Apple ou o próprio marido traído por invasão de privacidade, houvesse ele feito algo irregular ou ilegal teria sido de pronto processado, e, sem duvida, condenado.

Stephen Wright – Overland Literary Journal -, na mesma data do post escreveu sobre Jobs e sua morte. Reproduzo em tradução boa parte do artigo, devidamente autorizado:

“Eu não sou, certamente, a única pessoa que ao ver a histeria meio doida provocada pela morte de Steve Jobs surpreende-se murmurando insistentemente “Foxconn, Foxconn”, como se estivesse entoando um mantra protetor. Se eu ouvir mais uma viúva do Jobs dizendo, enquanto acaricia carinhosamente seu iPhone, que ele era um gênio, eu provavelmente vou vomitar no meu café da manhã.

Pode até ser verdade que Jobs redefiniu a maneira como pensamos o telefone, os computadores pessoais e os tocadores de música; é, provavelmente, um grande feito juntar tanta gente brincando de sabichões tecnológicos . (…), o iPod, agora, é o seu leitor de música. Mas, ainda assim, o seu iPod/iPhone/iPad não caiu do céu e muito menos deu um pulo direto da mente olímpica de Steve Jobs para o seu bolso.

De qualquer forma o que Jobs tem promovido é uma espécie de estranho e sinistro fetichizamento universal da tecnologia. A Apple fez um monte de coisas muito atraentes justo no momento em que nossos laptops e telefones celulares estão se tornando partes indispensáveis ​​do nosso dia-a-dia. A Apple levantou o bastão, depois consagrou-se na liderança em nível espantosamente baixo. Quase todos os bens de consumo que compramos, de carros à mobília do quarto, são tapeações. Eles são mal concebidos, não duram e custa caro repará-los, computadores ainda mais. Basta poucos dias de uso de um PC com Windows para despertar em você uma raiva e um impulso predatório que não sabia possuir.

A fetichização dos itens tecnológicos de uso pessoal que Jobs e a Apple iniciaram e para a qual nos prepararam realmente me assusta. Envolve uma série de coisas ainda mais assustadoras: o tipo de vida sexy controlado pela Apple ao qual Jobs e sua equipe de apoio nos quer levar, a excitação febril e global que se manifesta sempre que a Apple faz uma pequena melhoria num iPhone ou laptop (é mais fino, ou rosa ou o que mais seja), e o fato inegável de que os seus produtos são produzidos com bastante sofrimento. Se eles vierem com uma mão sangrando como marca, ao invés da extravagante maçã mordida, seria uma sinalização mais compatível com os nativos que os produziram. E nós, ainda assim, provavelmente os compraríamos.

George Orwell acreditava, com relação ao carvão, que, se necessário o trabalho escravo de mulheres grávidas para produzi-lo, deveríamos considerar que esse é um preço justo. O mesmo vale para a nossa tecnologia pessoal. Qualquer pessoa que tenha acesso à internet (…) sabe que a Foxconn é o inferno na terra, onde as crianças são empregadas sob condições de trabalho extremamente ruins, onde as pessoas estão morrendo aos poucos a cada dia em lugar de enfrentar apenas mais um dia de trabalho ou são rotineiramente mutiladas no decorrer de suas tarefas para produzir itens da Apple e depois descartadas como refugo. É um fato corriqueiro da vida de ricos consumidores em contraponto a um mundo pobre e miserável. Nem todos no mundo vivem na minha e na sua situação econômica (…). Nossos iPhones foram produzidos por trabalho infantil, (…)

Ou talvez tenhamos perdido nossa capacidade de pensar, se alguma vez a tivemos. Eu não estou falando do processo discursivo (…) ou mesmo sobre o seu nível de consciência política, estou falando da sua capacidade de apreender o que se passa na mente de outra pessoa, no que isso significa.. Nossos iPhones foram feitos por crianças reais, realmente crianças reais. Outro ser humano de fato cometeu suicídio porque não podia suportar mais um dia fazendo a porcaria dos nossos iPods. E assim por diante. Se eu puder olhar para o meu produto da Apple e não pensar que alguém realmente sofreu para fazê-lo é porque o produto da Apple foi estampado em minha mente pelo poder de convencimento de outra pessoa. O iPod, cria de escravos, sempre vence.

Às vezes me sinto como se fosse parte de uma família da Máfia, não posso sair. O paraíso de consumo em que vivemos é uma tremenda porcaria, não vale nada, compra-nos com ilusórios objetos-fetiche, é absurdamente cruel, imensamente destrutivo para outras formas de vida, assim como para os seres humanos, e faz com que todos nos tornemos culpados. Estabelece uma espécie de ” Armadilha de Macbeth “, situação em que, protestando ou discordando, assumimos o fato de que conexões do tipo Apple-Foxconn estão por toda parte. Macbeth decidiu que ele poderia muito bem seguir matando porque já tinha muito sangue nas mãos; a partir daí nada faria diferença. É um argumento com o qual alguém me lembra da lição que Foxconn nos ensina: ‘Bem, cada um é tão ruim quanto o outro, então não faz diferença se eu comprar um produto da Apple. “

(…). Este é o mundo em que vivemos. As consequências políticas de escolhas aparentemente não-políticas que fazemos estão sempre presentes. Não há qualquer escolha não-política que possamos fazer, e quase todas as escolhas que nós, consumidores, fazemos tem efeito destrutivo; é o mundo que construimos e qualquer pessoa sensata tem que assumir que ele só vai piorar. Como uma vida consegue se manter nesse estranho país das maravilhas é outro assunto. Alguns de nós desenvolve doenças mentais graves no esforço de adaptação ao Sistema, alguns de nós já prejudica outras pessoas, alguns de nós se tornaram fascistas, e todos nós, em certa medida, desenvolvemos estranhos sintomas de um tipo e outro (Alguns de nós tornamo-nos escritores, por exemplo). Mas, ainda assim, em meio a tudo isso, entender o que está acontecendo, tentar compreender porque essas coisas acontecem e alcançar um certo controle sobre aquilo que nos diz respeito é fundamental para a nossa própria existência como seres humanos.

Steve Jobs não era um santo, era um empresário. Empresários em geral querem ganhar muito dinheiro, fazer da sua idéia a grande idéia, se não a única idéia, e não estão muito preocupados com o que tem de ser feito para isso acontecer. É a ética corporativa usual comum a bancos e companhias de petróleo, na qual a Apple se enquadra.

Um computador ou um telefone é apenas uma ferramenta. Não é o seu/sua parceiro/a sexual, não é sua mãe ou seu melhor amigo. É equivalente à sua máquina de lavar roupa. A genialidade de Steve Jobs foi convencer-nos de que um brinquedinho da Apple era uma espécie de brinquedo sexual que poderia falar com você, algo que você poderia amar e que o amaria, que seria um amigo divertido e amorável para sempre, (…). Steve apenas o imaginou com a sua mente genial, e lá estava ele, todinho só para você.”

É o contraditório, rigorosamente indispensável. Apenas não posso deixar de pensar nos demais homens de negócios, americanos ou não, cujos  produtos são fabricados no oriente longínquo em razão dos custos; e nas grandes Corporações orientais que despejam sua produção mundo afora.

Por que Jobs? A encarar-se a questão do ponto de vista do articulista, eu, você, Wright – ele usa um iMac – e os consumidores em geral por todo o planeta não teríamos, também, as mãos manchadas de sangue humano?

Salvo por questões técnicas e legais, não discordo de Stephen Wright. Havendo o assunto sido levantado, não custa darmos uma boa refletida a respeito.

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (quarta página)

19 quarta-feira out 2011

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(ver final da p. 3)

capacidade evolutiva. Sobreviveram aproximadamente dez por cento dos ramos de ouriço-do-mar; a roleta seletora das espécies acelerou-se para extinguir as formas extravagantes que não se amoldaram ao conjunto da fauna ou não formaram de algum modo uma cadeia evolutiva para proporcionar o desenvolvimento de um ecossistema. Faz 5 mil anos: a evolução iniciou a peneirada final.

Cerca de 8 milhões de anos antes das mudanças climáticas trazerem a desertificação do norte, transformando a cobertura vegetal, para o leste, sudeste e sul da África, primatas das duas últimas regiões evoluíram para hominóideos compreendidos pelos hominídeos, hilobatídeos e pongídeos; dos 5 milhões ao milhão e 600 mil anos apareceram os australopitecinos, primatas ancestrais entre os quais os melhores foram postos sobre as duas pernas, exibindo caninos menores do que os demais do seu gênero, como os australopitecos, hominídeos fortemente aparentados com os primeiros grupos pré-humanos de capacidade craniana entre 400 e 550 cm³, medindo entre um metro e um metro e meio e pesando de 30 a 50 quilos. Evoluídos para o australopiteco afarensis dos 4 aos 3 milhões de anos, eles migraram para o leste, evoluindo ali e no sul para o australopiteco africano, primeiro homo robusto, para chegar ao boisei, o segundo robusto, cuja referência mais próxima se situa no milhão e duzentos mil anos, concorrendo para a formação de ambos o australopiteco etíope, do gênero parantropo, no qual todos estão abrangidos. Os últimos modelos deste conjunto produziram-se com maxilas e mandíbulas providas de três dentes pré-molares e mais três molares verdadeiros de cada lado; com unhas chatas, o primeiro dedo das mãos, o polegar, mais curto e vigoroso, representou, ao fechá-las, notável progresso ao trabalhar em sentido contrário aos demais, proporcionando segurança na apreensão e manuseio de objetos. Perderam, porém, firmeza nos galhos em razão das unhas chatas e dedos curtos nos pés, engrossados pelo esforço de embasar o semi-arco de pés largos e sola sem pêlos, como as palmas das mãos e a cara, que manteve erguido o pré-homem. O corpo, já sem cauda, medindo cerca de metro e meio, pesava entre 40 e 50 quilos; embora o crânio mal desenvolvido, de capacidade volumétrica oscilando entre 600 e 700 cm³, essas mutações significaram a guinada na direção do ser humano.

O novo animal não se adaptou ao mundo das alturas. Com dentição perfeita, mastigando melhor, passou a consumir maiores quantidades de alimento, aumentando, assim, de tamanho e peso. Maior, mais pesado, a inovação nos pés foi um empecilho para a vida nas árvores; sustentar-se nos galhos tornou-se difícil. Complicada a vida no alto, deteve-se o mais que pôde no chão. Terá sido aí que, impelida por uma lei natural, uma quantidade deles, (…)

STEVE JOBS – EXEMPLOS DEIXADOS

12 quarta-feira out 2011

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(Ver índice do blog no post de 11 de setembro)

As homenagens a Steve Jobs, sua aversão às normas de comportamento padrão, seu profissionalismo inflexível e o fato de não dar a mínima para as idéias ou preferências do consumidor potencial, ao mesmo tempo em que colocava a seu serviço toda a criatividade, perfeccionismo e capacidade de realização do homem título, reforçam, se não consagram, um dado existencial importante: o ser humano essencial está além do convencional. Não é da índole rotineira, extrai-se dele, do lugar-comum, do bom-mocismo e do politicamente correto que se alimentam os forjadores de sonhos e artífices de sua realização.

O ser humano especial tem algo de estóico e muito dos seguidores da Escola Cínica; nestes tempos modernos, o manto surrado, esfarrapado, o alforje e o cajado têm formas próprias, acordes a época. O fundamento, porém, permanece o mesmo das origens: não há nada que te impeça de ser admirado, se fores impudente e ousado, e aprenderes a insultar direito as pessoas (itálicos de Luciano de Samosata, Vidas à Venda, 9-11; Hamon et al., 2.466-471, apud John Dominic Crossan, O Jesus Histórico, Imago, Rio de Janeiro, 1994, p. 122, Tradução de André Cardoso).

O Cínico Jobs consubstanciou seu cajado na inteligência brilhante e no ‘i’ de iPad e outros achados tecnológicos da sua quase totalmente vitoriosa capacidade criadora; o seu manto, reluzente, foi tecido com a sua exponencial habilidade mercadológica. Em seu alforje, adequado às vias do mercado trilionário por onde transitaram seu talento e seus pés, não descalços, como quando do florescimento do cinismo no período posterior a Alexandre, mas protegidos, provavelmente, por finos couros-cromo, restaram por monte mór 8 bilhões de dólares, certamente bem menos do que poderia ter carreado para a sua fortuna pessoal, fosse ele tão essencialmente comerciante como é/foi o sr. William H. Gates, III, que integralizou suas ações originárias na Sociedade fundada com Paul Allen utilizando economias formadas com o produto de noitadas de pôquer nos dormitórios de Harvard. Talento é talento.

E daí, se foi com o dinheiro do papai?

Ele, Jobs, deixa uma lição preciosa: o individualismo – não o egoísmo –, brotado da Revolução Francesa, é perfeitamente viável, não, embora, para qualquer um, e, sob muitos aspectos, benéfico. Os individualistas não se prendem a regras de grupo, frequentemente castradoras, não raro orientadas para vantagens pessoais, especialmente dos mentores e senhores das regras padrão, nem se deixam tolher por ciúmes e invejas. Finalmente: quem trabalha para realizar os projetos do talento, não o faz em sua homenagem, mas para ganhar dinheiro na esteira de sua capacidade criadora.

NA ROTA DO CAOS

09 domingo out 2011

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Os efeitos e reflexos do colonialismo, por ocupação física/administrativa, econômico e político anularam-se e esmaeceram à medida que as colônias se foram tornando independentes, desenvolvendo suas economias e caminhando para a maturidade política. Décadas, e mesmo séculos, de exploração e drenagem de recursos alimentaram a ilusão da competência gerencial das metrópoles, uma quase-fraude. Escudadas nesta quimera, elas mascararam mazelas fiscais e financiaram o seu alto padrão com empréstimos, cuja cristalização em dívidas demasiado pesadas no cotejo com o seu PIB e com o seu custo era apenas questão de tempo. Demorou, mas a realidade bateu à porta das metrópoles; já não existem colônias donde extrair recursos para cobrir os seus déficits.

Doze bancos ingleses – numa economia considerada imune às tsunamis financeiras europeias – despencaram de seus conceitos, nove bancos portugueses, ainda ilusoriamente ranqueados, foram aproximados de sua real expressão; aí estão Grécia e parte do Reino Unido, com Espanha e Itália trilhando caminhos escorregadios e perigosos. No ínterim, os americanos cansaram-se de Wall Street, os protestos dispararam USA afora; estão esgotados, não querem mais pagar a conta. Esperemos que o movimento desborde para a Europa.

Não podemos, todos nós, ficar à mercê de consequências da desordem gerencial e de problemas para os quais não concorremos, expostos ao pagamento, ainda que indireto, do custo de benefícios dos quais não gozamos; precisamos trabalhar e viver sem sobressaltos e apenas responder pelos nossos próprios erros.

Eu já escrevi neste blog sobre o envolvimento das economias. Para ajudar a pagar a conta, contudo, o mínimo que nos assiste é ver consideradas as proposições e ponderações que temos feito nos planos e nos foros internacionais competentes. Enquanto isso, chovam dólares sobre nós; desvalorizados, são de benefício geral. Quanto à pauta de exportações e exportadores, agreguem valor aos produtos, incentivem e custeiem as pesquisas para melhorar-lhes a qualidade – importando, inclusive, equipamento e tecnologia de ponta não criada internamente, o que deve ser incentivado, a dólar baixo -, atribuindo-lhes competitividade. Como economia razoavelmente desenvolvida que somos, não podemos assentar fundamentos de nossa balança comercial na exportação de produtos primários. Eu falo de sustentabilidade, e, necessariamente, de Economia de Escala. Isto ainda se usa.

DEUS, O UNIVERSO E A VIDA (fragmentos, pp 82/83)

06 quinta-feira out 2011

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(…)

Tive, depois, esta visão: eis que um cordeiro estava de pé sobre o Monte  Sião, com os cento e quarenta e quatro mil que traziam escrito na fronte o nome dele e o nome do seu Pai. (…). Estes foram resgatados dentre os homens como primícias para Deus. (…). De sua boca jamais brotou mentira, são íntegros. (…). E então outro anjo saiu do Templo gritando em voz alta para o que estava sentado sobre a nuvem: lança tua foice e ceifa; chegou a hora, a seara da Terra está madura. O que estava sentado na nuvem lançou, então, sua foice sobre a Terra, e a Terra foi ceifada. (…). Vi, também, um mar de vidro e fogo, e os vencedores da Besta, sua figura e o número do seu nome; estavam de pé sobre o mar de vidro (…). (Extratos, Apocalipse de João 14 e 15)

São, na verdade, espíritos do demônio que fazem coisas formidáveis; conclamarão os reis de toda a Terra a aliarem-se para a guerra do Grande Dia do Deus Todo-Poderoso. Eles os reunirão, então, no lugar que, em hebraico, se chama Harmagedon. (Apocalipse de João 16:14-16)

O homem poderá não chegar ao fim do seu tempo; expõe-se a provocar o fim do dia planetário. Está em suas mãos evitar, ou, pelo menos, afastar o Grande dia do Todo-Poderoso. Ele não se constituiu de modo igual, muitos são os caminhos, as vias de ascenso e descenso; havendo provado do fruto da árvore proibida, o sentiu bom e dele fez bom uso, mas o fim, é certo, virá por obra daqueles que não deram o passo à frente, para o espírito. Uns quantos, no conjunto dos povos, utilizarão o conhecimento para instrumentar intolerâncias, destruindo-se entre si e inevitavelmente destruindo a todos; não haverá vencedores. A sombra letal do Armagedom paira sobre o planeta longe de configurar a batalha final entre o bem e o mal, inexistentes em si, mas a guerra total dos homens, o mal contra si mesmo, sectarismo contra sectarismo. Alternativa: reconstruir-se no espírito.

A espiritualidade não sucumbe ao conceito substantivo pelo qual o método científico puro concebe o Universo, não se compraz no singelo sentimento de religiosidade, não navega as águas dogmáticas que banham ilhas de fábula e não compadece fixações econômicas; este é um conjunto de circunstâncias que impede uma leitura unívoca do Universo e da vida. Não é imaginável para a ciência ultrapassar as fronteiras demarcadas por sua noção de realidade assentada em seres matemáticos ou materialmente expressas; não obstante, ciência e religião têm tudo para pavimentar, juntos, a via pela qual poderão fluir – aplacados os rigores da ortodoxia científica e religiosa – os veículos da reconstrução do homem montados sobre a fé objetiva despida de delírios místicos, na direção das fontes cósmicas, donde ele provém, a volta às coisas mesmas, transcendência, Deus, deparado quando penetrada a dimensão das formas sensíveis, aparentemente inexistentes, jóias contemplativas do pensamento.

(…)

©Onair Nunes da Silva, A Conspiração dos Medíocres/LIVRO II – Deus, o Universo e a Vida, fragmentos, pp 82/83.

Nota

UM POUCO DE CONVERSA

03 segunda-feira out 2011

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ÍNDICE DO BLOG

Dá uma olhada; está no post de 11 de setembro. De repente você encontra alguma coisa de seu interesse. Como surgiram os planetas, a Terra, a vida física? Você sabe?  E esse mundinho nosso de cada dia? Você realmente o conhece?

DANDO UMA RECICLADA NOS PROJETOS

As receitas e a indicação de vinhos ou alternativos para os dias de forte calor, a serem preparadas e providenciados por homens para homenagear suas mulheres, está em compasso de espera ‘por questões técnicas’. Eu estou cuidando pessoalmente da formulação do site com base em aplicativos existentes; não tenho a menor experiência nisso, razão pela qual o trabalho é arrastado, lento, embora gratificante.

DESIDERATA, Igreja de Saint Paul, Baltimore, USA, 1693 – IF, Rudyard Kipling

O If você encontra na internet, certamente; Desiderata não sei, nunca me passou pela cabeça procurar na rede, conheço o texto há bastante tempo, ganhei de presente. Vale a pena, Desiderata para você, se é adulto, o If se você está educando um filho. Este último é para sentar-se e estudá-lo, analisá-lo com ele, formação do caráter. Se tiver dificuldade entra em contato, envio-os para você. Meu e-mail: onairnunes@yahoo.com.br

Não faltará quem diga tratar-se de subliteratura. Para começo de conversa não é literatura nem subliteratura. Quem escreveu os textos apenas colocou no papel um pouco da sua visão de mundo, sem nenhuma veleidade literária, no primeiro caso gente habituada com a angústia dos outros, no segundo, a ‘charla’ de um tipo que rolou  e ralou um bocado, sabia das coisas.

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