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Arquivos Mensais: setembro 2011

A SAGA DO JUSTO

28 quarta-feira set 2011

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Vai, ó Justo,                                                                                                         Crava os olhos no mais alto cume (…)                                                                       E te prepares                                                                                                     Porque longa e difícil será a tua caminhada

De ti dirão maledicências                                                                                          Os pobres instrumentos das imperfeições da alma,                                              (…)

(…)

No teu caminho de volta                                                                                       Para lá, criatura do Cosmo,                                                                                         De onde vieste.

(Trechos, Parte final de A Conspiração dos Medíocres. Todos os direitos reservados. Copyright de Onair Nunes da Silva)

LEIS EXISTEM, NECESSÁRIO É RECORRER A ELAS

24 sábado set 2011

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Quando publiquei o post de 07 de julho, UM ALERTA, uma senhora de modos educados interpelou-me a propósito do que chamou de defesa da intolerância. Muito ao contrário, respondi-lhe, fazendo-lhe ver que um cidadão adulto, senhor de sua cidadania, não precisa de leis especiais para defender-se de qualquer tipo de violência; o que ele não pode fazer é ficar esperando que terceiros assumam por ele esse papel. Contrate um advogado, se não tiver meios procure a Defensoria Pública e comece a agir. Agressões são intoleráveis não apenas contra determinado tipo de pessoas, mas contra qualquer pessoa. E, considere-se ainda, qualquer opção feita, se o assunto do qual estou falando é uma opção, implica risco, maior ou menor, de natureza diversa, mas implica; e todas as pessoas capazes devem estar preparadas para enfrentá-lo. Se a agressão for física, a resposta há de ser proporcional, com todos os recursos e meios inerentes à mais ampla e legítima defesa, afastado o exercício arbitrário das próprias razões.

Há uma chusma de desorientados e tresloucados solta por aí dedicada a atormentar – às vezes sem o conseguir – gente séria que está apenas cuidando da sua vida, com consequências, não raro, trágicas. De sua sanha criminosa não escapam sequer crianças, como aconteceu esta semana com um garotinho de 10 anos, atormentado pelo bullying; armando-se com o revolver do pai, atirou na professora – a seu sentir culpada por desinteresse de sua proteção, abandonando-o aos agressores – e deu, em seguida, um tiro na própria cabeça.

Quando a Sociedade dita organizada vai realmente organizar-se contra essa monstruosidade? Se lei federal especial houver de ser discutida, votada e promulgada, deverá sê-lo para proteção de incapazes, sem recursos, meios ou compreensão bastante para defender-se, como no caso do garotinho exposto às feras sem ninguém para socorrê-lo.

Referência: bullying e stalking – post de 10 de janeiro de 2011 – e correlatos – ver índice do blog postado em 11 de setembro.

ÍNDICE DO BLOG 2

20 terça-feira set 2011

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Emendando o post de 11 de setembro, nele introduzi termos de pesquisas, as datas dos posts em que o assunto se encontra e o modo de acessá-lo. Atualizarei o índice pelo menos uma vez por mês. Doravante, em cada post publicado, anteciparei ao seu texto a observação VEJA ÍNDICE ATUALIZADO DO BLOG NO POST DE 11 DE SETEMBRO DE 2011.

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (terceira página)-

15 quinta-feira set 2011

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(Continuação a partir da frase final do post de 07 de setembro)

hábitos noturnos dos seus pequenos e distantes antepassados empurrados para a sombra e para as árvores. Esse pequeno animal, o lêmure, sobrevive em Madagascar, grande ilha-república a leste da África, do outro lado do Canal de Moçambique, e nas selvas da Indonésia, meio vizinho dos ornitorrincos a sudeste e sul da Austrália e da Tasmânia, e, ao norte, nas Filipinas. Evoluído dos primatas descendentes dos pequenos e frágeis mamíferos terrestres emigrados para as árvores para não serem devorados, ramificou-se horizontalmente. A partir da mesma raiz, ultrapassando a maioridade dos lêmures cerca de 55 milhões de anos atrás, e ao longo dos 20 milhões de anos seguintes, uma boa parte da espécie fez-se macacos ou continuou lêmures e estacionou; entre os macacos, os melhores seguiram evoluindo.

                                                                 ☬☫☬

Até cerca de 15 milhões de anos a África era uma enorme floresta, quase continental; ao redor dessa época começou no norte um processo de desertificação irradiado menos intensamente para o centro, dali derivando ainda mais ameno para o leste, sudeste e sul, reduzindo as florestas dessas regiões a grandes campos pontilhados de moitas de capim, arbustos pouco desenvolvidos e árvores raquíticas, retorcidas, pequenas e esparsas devido à aridez do solo.

Há próximos 8 milhões de anos, navegando ao sabor do movimento da crosta terrestre, os continentes deslizaram para as suas posições atuais, mudando desde então apenas quanto ao clima e à geografia. Chocando-se ali e acolá, ao mesmo tempo em que estenderam extensos vales formaram grandes cadeias de montanhas que represaram e canalizaram as correntes atmosféricas, provocando perturbações climáticas de violento impacto. Regiões temperadas, com boa cobertura vegetal, tornaram-se frias e secas, outras, muito secas, fizeram-se chuvosas e quentes, cobrindo-se de densa vegetação, e ainda outras, de vegetação luxuriante, tornaram-se áridas, de temperatura incerta.

Há 5 milhões de anos a Terra começou a esfriar; no milênio anterior um acentuado recuo da camada líquida a secara, aquecendo-a. O aumento da temperatura, desfazendo Geleiras polares, elevou o nível dos oceanos e desprendeu blocos de gelo com espessura acima de quilômetro e meio que começaram a errar pelo planeta inundado, antecipando a idade do gelo, iniciada há aproximadamente 2 milhões e 800 mil anos, repetida a cada 100 mil anos e interrompida há apenas cerca de 10 mil anos. Esses ajustes influíram na biota; alguns ramos vegetais e animais iniciaram uma fase de contínuas mutações. Dos peixes vieram novas formas e espécies; enguias, mariscos, serpentes e estrelas-do-mar estacionaram no máximo de sua (continua no próximo post)

ÍNDICE DO BLOG

11 domingo set 2011

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Veja atualizações no final do post

Como já registrei, selecionando termos para este índice surpreendi-me com algumas incorreções e/ou baralhamentos esquisitos; continuarei com as revisões. Por favor, para qualquer coisa onairnunes@yahoo.com.br

Veja abaixo, após os termos de pesquisa, a data do post a consultar. Na coluna à esquerda, clique no mês e o percorra até a data desejada. A pesquisa não leva à palavra ou frase, mas ao post onde se encontra.

(1) A casa, asilo inviolável (10 de janeiro de 2011) (2) Aqui começa o passado: Marie-Anne/Adriano/Jean-Philipe (8 de fevereiro de 2011) (3) A ficha caiu num fim de tarde (10 de janeiro de 2011) (4) Se você não crê em si mesmo, quem crerá? Mas é necessário preparar-se: A final do Grand Prix de volley Brasil x USA (29 de agosto de 2011) (5) A hora dos fatos (12 de junho de 2011) (6) A realidade alegorizada: almas penadas, trickster e excertos (20 de janeiro de 2011) (7) A Moral (12 de junho de 2011) (8) A Noite Final (9 de junho de 2011) (9) A Nova Aliança (28 de abril de 2011) (10) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras (10 de janeiro de 2011) (11) Aos entrincheirados no bem (15 de fevereiro de 2011) (12) Apontamentos (5 de junho de 2011) (13) Armadilhas virtuais (27 de junho de 2011) (14) As religiões não respondem? (22 de março de 2011) (15) Átomo (12 de junho de  2011) (16) Atualização (12 de janeiro de 2011) (17) A Verdade (12 de junho de 2011)

(18) Baal (12 de junho de 2011) (19) Bem e mal são graus do comportamento humano (9 de junho de 2011) (20) Bom-mocismo (10 de janeiro de 2011) (21) Bullying (10 de janeiro de 2011)

(22) Causalidade (12 de junho de 2011 ) (23) Colégio Estadual (do Espírito Santo) na Avenida Capixaba (22 de março de 2011) (24) Continentes: primeira conformação (24 de agosto de 2011) (25) Contraditório e ampla defesa (10 de janeiro de 2011) (26) Convento da penha (22 de março de 2011) (27) Correção (13 de junho de 2011) (28) Cracaços ou apenas garotos bons de bola? (4 de agosto de 2011) (29) Crimidéia (10 de janeiro de 2011) (30) Da esperança (12 de junho de 2011) (31) De vez em quando luzia, aflorando (30 de abril de 2011) (32) Dias e noites de Brama (9 de junho de 2011) (33) Dinossauros (2 de junho de 2011) (34) Dominador/dominado é uma referência menor, entre homens (12 de junho de 2011) (35) Dubleto (12 de junho de 2011)

(36) É bom saber ouvir (8 de agosto de 2011) (37) Ecclesia (28 de abril de 2011) (38) Eduardo Alves da Costa (10 de janeiro de 2011) (39) É inviolável o sigilo da correspondência (10 de janeiro de 2011) (40) É livre a expressão da atividade intelectual (10 de janeiro de 2011) (41) Errata (8 de fevereiro de 2011) (42) Esquisitices 1 (7 de janeiro de 2011) (43) Esquisitices 2 (8 de maio de 2011) (44) Escuta telefônica apenas com base em denúncia anônima é ilegal (25 de maio de 2011) (45) Espaço-tempo (24 de fevereiro de 2011) (46) Ética (12 de junho de 2011) (47) Eu escrevi um livro. Não me sentei para escrevê-lo, como faz a generalidade dos autores (30 de dezembro de 2010) (48) Extratos: Deus, o Universo e a Vida/Apontamentos (11 de abril de 2011)

(49) Faraós (12 de junho de 2011) (50) Ferrabrás exibicionista (22 de março de 2011) (51) Fizeram-se os berços da vida física: os vulcões (30 de julho de 2011) (52) foi há três e meio bilhões de anos – Bebê-Terra (4 de agosto de 2011)  (53) Força forte (9 de junho de 2011)

(54) George Orwell (10 de janeiro de 2011) (55) Gnose (28 de abril de 2011)

(56) Haveria momentos especiais – a realidade alegorizada, reminiscências, uma porta para o passado (22 de março de 2011)

(57) Ilha do Boi (22 de março de 2011) (58) Índice do livro (24 de fevereiro de 2011) (59) Intercessão temporal, fator causal e livre-arbítrio (09 de junho de 2011)

(60) Jongo (22 de março de 2011) (61) Julian Assange (10 de janeiro de 2011)

(62) Lei nº 9.455/97-Crime de tortura (10 de janeiro de 2011) (63) Liberdade de consciência e de crença (10 de janeiro de 2011) (64) Liberdade de expressão da atividade intelectual (10 de janeiro de 2011) (65) Livre manifestação do pensamento (10 de janeiro de 2011) (66) LIVRO I – EMERGINDO DO CAOS (5 de junho de 2011) (67) LIVRO III – A TERRA E A SUBSTANTIVAÇÃO DA VIDA (25 de maio de 2011) (68) LIVRO IV – UM ELO PERDIDO – Página inicial (4 de setembro de 2011) (69) LIVRO IV – UM ELO PERDIDO – Segunda página (7 de setembro de 2011) (70) LIVRO IV – UM ELO PERDIDO – Terceira página (15 de setembro de 2011) (71) LIVRO VII – OS CÁTAROS (18 de abril de 2011) (72) LIVRO VIII – O REENCONTRO (20 de janeiro de 2011) (73) LIVRO IX- APÊNDICE (10 de janeiro de 2011) (74) Luis Fernando Veríssimo (8 de fevereiro de 2011)

(75) Mani (9 de junho de 2011) (76) Marie-Anne e Jean-Philipe (8 de fevereiro de 2011) (77) Marie-Anne e Jean-Philipe – O Reencontro (25 de maio de 2011) (78) Mentira de pernas longas (10 de janeiro de 2011) (79) 1984 (10 de janeiro de 2011) (80) Meu blog, meu diário (02 de setembro de 2011) (81) Meu computador invadido, uma constante (10 de janeiro de 2011) (82) Milênios incontáveis – Bebê-Terra (24 de agosto de 2011) (83) Música, o tom da vida (13 de março de 2011)

(84) Namíbia (22 de março de 2011)  (85) Não há mal no mundo, há mal no homem (12 de junho de 2011) (86) Nêutrons (12 de junho de 2011) (87) Nietzsche (22 de junho de 2011) (88) No Caminho com Maiakovski (10 de janeiro de 2011) (89) Noun, Nou ou Naoun (12 de junho de 2011) (90) Núcleons (12 de junho de 2011)

(91) O humanismo e o humanista (30 de dezembro de 2010) (92) O livro: A Conspiração dos Medíocres (30 de dezembro de 2010) (93) O Autor (30 de dezembro de 2011) (94) As eternidades: O primeiro kalpa (9 de junho de 2011) (95) O que, então, distingue o cérebro humano do não humano? (04 de setembro de 2011) (96) O ser humano não é, por estigma, miserável e indigno (12 de junho de 2011) (97) O Sistema (10 de janeiro de 2011) (98) O tempo correu, novas moléculas se formaram (8 de agosto de 2011) (99) O Universo, mais do que energia (9 de junho de 2011)

(100) Partículas (12 de junho de 2011) (101) Pedofilia (10 de janeiro de 2011) (102) Placas tectônicas (24 de agosto de 2011) (103) Polícia do Pensamento (10 de janeiro de 2011) (104) Por que brilhas? (24 de fevereiro de 2011)

(105) Quem acredita em dossiês? (8 de fevereiro de 2011) (106) Quem tem medo da democracia? (12 de janeiro de 2011)

(107) Reações nucleares (12 de junho de 2011) (108) Relação causal (13 de agosto de 2011) (109) Rito processual mais ágil, mas sem ferir direitos (02 de junho de 2011)

(110) Saldanha da Gama (22 de março de 2011) (111) Santuários do Egito   antigo (12 de junho de 2011) (112) São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas (10 de janeiro de 2011) (113) Sapos, escorpiões e outras fábulas oportunas (22 de março de 2011) (114) Sempre eles! (25 de maio de 2011) (115) Sir Ernest Rutherford (12 de junho de 2011) (116) Sir James Chadwick(12 de junho de 2011) (117) Somente os servos cometem desobediência (12 de junho de 2011) (118) Stalking (10 de janeiro de 2011)      

(119) Terra; a Substantivação da Vida (25 de maio – 2 de junho – 14 de julho – 25 de julho – 4 de agosto – 8 de agosto – 13 de agosto – 24 de agosto) (120) The New York Times/Thomas L. Friedman (10 de janeiro de 2011) (121) O Timeu (24 de fevereiro de 2011) (122) Trickster (8 de fevereiro de 2011)

(123) Um alerta (07 de julho de 2011) (124) Um laptop passeador (7 de janeiro de 2011) (125) Um Pregador sinuoso e equivocado em uma cátedra inadequada (10 de janeiro de 2011) (126) Universos são paridos por fendas rasgadas no ventre do caos (9 de junho de 2011) (127) USA – O que pretenderam os Pais Fundadores (13 de agosto de 2011) (128) USA – Agora, isso é o que pretenderam os Pais Fundadores? (17 de agosto de 2011) (129) USA – O que pretenderam os Pais Fundadores? (21 de agosto de 2011)

(130) Verdade (12 de junho de 2011) (131) Verdade e mentira, barulho e silêncio (15 de fevereiro de 2011) (132) Vichnu, segunda pessoa da Trindade do Brama-nismo (12 de junho de 2011) (133) Vitória, ES (22 de março de 2011)

(134) Wikileaks (10 de janeiro de 2011) (135) WinSpy (10 de janeiro de 2011)

Atualizações:

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO/terceira página – 15 de setembro de 2011; quarta página – 19 de outubro de 2011; quinta página – 26 de outubro de 2011 (*) STEVE JOBS – EXEMPLOS DEIXADOS – 12 de outubro de 2011 (*) STEVE JOBS 2 – A CONTRADITA – 24 de outubro de 2011 (*) LEIS EXISTEM – 24 de setembro de 2011 (*) A SAGA DO JUSTO – 28 de setembro de 2011 (*) DANDO UMA RECICLADA NOS PROJETOS; DESIDERATA; IF – 3 de outubro de 2011 (*) DEUS, O UNIVERSO E A VIDA/páginas 82/83 – 6 de outubro de 2011 (*) NA ROTA DO CAOS – 9 de outubro de 2011

 

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (segunda página)

07 quarta-feira set 2011

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Erguendo a cabeça, pousou por um instante o olhar na sepultura de Batoi e Convar, um adeus mudo. Em seguida levantou-se, voltou-se para a vasta campina estendida até o sopé da montanha e demorou-se em cada detalhe da paisagem luminosa, a moita de capim empendoado, as flores; desejou absorvê-los, embeber-se deles à saturação, gravar suas pequenas belezas, cada nuança, cada detalhe para estampá-los na memória de Iogar. Queria que ele se visse naquele lugar e soubesse o quanto haviam sido felizes ali.  

(Flashback – O processo evolutivo até Iushi) 

Após a segunda grande extinção a Terra repovoou-se, um elenco de criaturas estranhas, desengonçados paquidermes gigantes, céleres equinos carnívoros, felinos de longos e pontiagudos caninos, meios-cães enormes, esquivas feras menores, predadores em abundância, todos caça e caçador. Debruçado sobre esse quadro, Darwin, em 1842, nas notas de revisão do esboço da Origem das Espécies, que o orientariam na edição do texto final de sua obra, aludiu observações de De Candolle sobre a guerra permanente travada entre organismos, destes contra o meio onde vivem e nossa visão da natureza como perfeita e acabada representação da paz, dando-nos o seu depoimento sobre essa guerra recorrente a ciclos regulares, tanto mais violenta quanto mais longínquos os tempos. E foi naqueles tempos de violência extrema, quando tigres dentes-de-sabre e manadas de cavalos de presas mortais andavam pela Terra caçando que os frágeis mamíferos, sem chances na competição desigual com os seus predadores naturais, subiram às árvores.

Foi lenta a adaptação dos emigrantes do solo às exigências do seu novo mundo. A desajeitada e custosa locomoção nas alturas transformou membros dianteiros em braços e patas em mãos, as quais, com a ajuda das garras podiam firmar-se nos galhos; a movimentação para todos os lados, os giros de corpo precisamente direcionados a pontos certos forçaram as articulações de mãos e ombros, alongando os braços e dando-lhes com o passar do tempo ampla mobilidade. Não mais necessitando escarafunchar alimentos, os focinhos encurtaram, achataram-se e constituíram-se caras, concorrendo para deslocar os olhos, um de cada lado da cabeça como fora desde o surgimento dos seus antepassados répteis, para uma posição lado a lado sobre o nariz, voltados inteiramente para frente, possibilitando-lhes o registro e a fixação do vetor do foco, um exercício instintivo de cálculo vetorial na busca do segmento de reta através do qual deveria se orientar o salto, demanda da autopreservação, questão mais importante que qualquer outra, exercícios cada vez mais intensos e complexos que aumentaram o cérebro do mamífero arbóreo melhorando os seus mecanismos. Em mais 10 milhões de anos ele era um dócil bichinho semelhante a um ursinho de pelúcia com uma proveitosa relação cérebro/corpo, braços e pernas longos e delgados, como a cauda, dono de negros e atentos olhinhos aprisionados na carinha simpática gravada em uma cabeça redonda de orelhas grandes, igualmente redondas, e de um pequeno nariz arrebitado, seco porque para sobreviver não dependia do olfato, mas da visão e da audição, herança dos…

(continua)

LIVRO IV – UM ELO PERDIDO (Página inicial)

04 domingo set 2011

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EPÍGRAFE
“O que, então, distingue o cérebro humano do não humano? Será apenas uma questão de tamanho e número de células? Se assim for, seria justo afirmar que (…) não há grandes diferenças entre os humanos e alguns dos grandes macacos, ou até mesmo dos golfinhos. Qual é, então, a diferença quantitativa que deve resultar nesta tão profunda diferença qualitativa? Creio estar aqui envolvida uma combinação de fatores, e não apenas uma única transformação humanizante.” (Steven Rose, O Cérebro Consciente – Alfa-Ômega, São Paulo, 1984, p. 185 – Tradução de Raul Fiker, Supervisão da Tradução Sérgio Paulo Rigonatti)

 

 

Encolhida, Iushi chorava debruçada sobre o pequeno amontoado de pedras sob o qual estavam sepultados Convar e Batoi, seu pai  e sua mãe, próximos a Lorai e Ienu, mãe e pai de Daruz, também mortos na revolta incitada por Mentor, caudilho cruel que dominava as tribos da região por pressão sobre os seus líderes. O lugar era muito verde e amplo, uma planície florida de escassas e frondosas árvores cortada quase a meio por um ribeirão largo e raso correndo transparente em leito de pedriscos e areia, branca de ofuscar a vista, cujas águas despencavam-se pela encosta da grande montanha onde à noite abrigava-se a grande luz, afadigada de sua longa caminhada pelo céu.

Sofrida, apertou os olhos como se pudesse, assim, sofrear a imensa dor que lhe ia à alma; depois se aprumou e sentou-se na relva. Batoi, ela e Convar eram daqueles exemplares que por melhor processarem os fatores evolutivos destacaram-se em sua comunidade, os neanders. Acasalara-se com Daruz, cria de Lorai e Ienu, da tribo heidel, agregados ao aldeamento liderado por Convar; neanders e heidel dividiam o vale com os erectus de Mentor, liderados por Damur, e com os ergaster, mais ao longe. Parira a Iogar, um exemplar macho, traços do pai, corpo longilíneo e ágil como o seu; inteligente e perspicaz, aprendera com ela, adestrada pelos pais desde bem pequenina, a exprimir por guturalização símbolos estáveis relativos a formas, objetos, fatos e sensações, antecipando laivos de humanidade nela manifestados naqueles tempos, que sabia finais. Estava ali pela derradeira vez, logo partiria para sempre. Agoniada, doía-lhe sentir o chão de origem fugindo-lhe sob os pés, a agonia da saudade pressentida, emoção humana, por definição, o medo do desconhecido, uma aflição enorme devorando-a.

MEU BLOG, MEU DIÁRIO

02 sexta-feira set 2011

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Minha experiência para lidar com esta ferramenta era zero, mas, apesar de estar sendo permanentemente atrapalhado, aprendi alguma coisa, a apresentação do blog melhorou, coisas que precisavam ser ditas, tornadas públicas, já o foram, chegou a hora dos fatos. Estou evoluindo para um site aqui mesmo em WordPress. OK, um blog é um site; quero, porém, distinguir este veículo do outro.

Este eu conservarei como diário para comentários gerais e especialmente para a indicação de vinhos razoáveis/bons a preços acessíveis aos interessados de limitado poder aquisitivo – espero contar com a ajuda de um connaissant de minhas relações pessoais – e receitas de pratos finos de rápida e fácil preparação, além de dicas outras para acrescentar um pouco de glamour à rotina das pessoas. Todos sabemos que uma boa quantidade delas considera isso frescura, mas, podem estar certos, há quem apreciaria um jantar diferenciado sem gastos impróprios com a sua namorada ou com a sua mulher em sua própria casa – por que tem de ser em um motel, com uma franco-atiradora? Deve ser na casa de qualquer dos dois, se não moram juntos; se moram, fiquem sozinhos de vez em quando – crianças adoram dormir na casa dos amiguinhos ou na casa da vovó -, por uma noite. Prepare o namorado, o marido, o namorido o jantar, muna-se de um razoável/bom e adequado vinho e de flores, usem um bom perfume, desligue a luz do teto e acenda o abajur; as velas são dispensáveis, mas a delicadeza no olhar, no tato, a voz pausada e contida são essenciais, você sabe, o clima, mas espontâneo, sem teatro, apenas delicadamente. Isso muda tudo. Qualquer casal merece isso; se não merecer…

Que tal dar um basta na vulgaridade, na mesmice e na falta de delicadeza, especialmente com a mulher que enfrenta com você todas as barras?

O outro, o site propriamente dito reservarei para os textos de livros, entre eles A Conspiração e as Meditações, de Marco Aurélio, o Imperador, cuja tradução espero concluir logo; é meu propósito, também, oferecer boa literatura e cultura, não necessariamente de autores best sellers, através de livros usados nos idiomas mais amplamente falados, português, francês, espanhol, italiano e inglês.

Outra coisa: no próximo fim de semana espero colocar aqui um índice para consulta; bem que WordPress dá a dica, mas estou aprendendo. Devagar eu chego lá.

Não deixe de ler o post abaixo. É de hoje.

A HORA DOS FATOS

02 sexta-feira set 2011

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Há sinais de seleção em alguns trechos dos Apontamentos em meu arquivo. Na inauguração deste blog eu observei haver chegado o momento de colocar os pingos nos ii; agora, no estágio dos fatos, comecemos por reproduzir o texto selecionado e, de acordo com as experiências relatadas, copiado. As marcas de seleção podem ser vistas à esquerda.

*    O livro está impregnado da idéia de Deus manifestada na energia, estado absoluto de força e potência conceptual ao atributo da inteligência em grau infinito, o Ser ideal constituído em Si e por Si, nexo de ordem de realidades complexas, fundamento primeiro e estado último, concepção a partir da qual são repensadas a origem do Universo, a formulação de suas rotinas e o produto da sua implementação sem o desaviso de pressupô-los mero produto do acaso, privilegiando-se a fenomenologia que nos remete à essência das coisas e à intuição dos fatos em sua origem, afastando-se o simplismo religioso, desafeto do racional, mas tomando em consideração a complementaridade, aspecto alterado de um mesmo fenômeno, proposta

4                                                                                                         Apontamentos                                                                                                                                      *       de reflexão no sentido de uma prodigiosa inteligência por trás das forças que tiraram do nada um Ser complexo explicado pelas leis da mecânica, a economia do macrocosmo expressa concreta ou abstratamente a partir de uma idéia grandiosa, com começo, meio e fim, como qualquer outra, nela abrangidos o corpo mais sólido e as mais puras projeções do pensamento,                                                              *   a Unidade expressa ao se tocarem elementar e complementar. Só se inferem universos e existências, expressões distintas do ente energia, se,  multiforme, o tomarmos por causa e efeito de si próprio, em contínuo processo de mutação, uma variedade de estados que produzem fenômenos distintos, peculiares, mas sustentando completa conservação de si mesmo, forças que, estando na gênese da idéia cósmica, tangenciam o ser humano e podem, em substância, proporcionar-lhe desbordar de sua expressão física e projetar suas energias, combinando-as com as energias do Cosmo, a seara de Deus.

Recusando a crendice da fuga e do medo, dispor-se à credulidade, ver desmerecida a sua inteligência, submeter-se a fórmulas deduzidas de conceitos arbitrários pressupostos em edifícios de domínio erigidos sobre alicerces cuja argamassa haja sido batida com corpos e sangue humanos,o homem desonera-se de caminhar nas trevas. É fundamental penetrar os esconsos mentais, descerrar os espaços  interiores, respirar a brisa fresca da racionalidade, arejar as consciências, redirecionar-se para as coisas essenciais; inadmissível sejam estabelecidas por terceiros, elas se devem assentar pela busca de cada ser humano nas jornadas existenciais da vida, ensejos para o espírito, viagens atemporais por luzes e sombras, píncaros e profundezas, permanente revisão de velhos conceitos, desarme do parti pris que não engrandece ou ascende.

Nessa ordem de idéias, este nosso mundo é repensado. O comum de nós percorre suas existências em meio a uma floresta de modelos e símbolos científicos, sociais, místicos, míticos, religiosos e astrais por trás dos quais estão complexas abstrações que metaforizaram divindades e teorias, seduziram sociedades e exerceram profunda influência sobre as religiões. Nos Livros I e II dão forma literal a um modelo de nascimento do Universo e às forças sob cuja ação se desenvolveram teses e antíteses provedoras do seu equilíbrio, presentes na idéia de Deus, não contida no conceito de bem, mas exprimindo uma simbologia para ordem, força e perfeição. Deparamo-los aqui, lá e acolá, estão por toda parte, em todos os lugares.  (Fim da transcrição)

O texto – do qual alguns trechos já foram aqui publicados, com reticências – está desarrumado pelo elemento estranho da invasão. Eu gostaria de ter colocado neste post aquela imagem do frade carregando um corpo, já publicada neste blog; é da capa do livro, mas tive problemas com o upload.

Há alguém por aí fazendo farol com o que escrevi, que me pertence, que me foi surrupiado. Surrupiar é roubo; isso sim, é coisa de ladrão.

Como fica, porém, no surrupio, o todo, o conjunto da obra ao qual pertencem os trechos selecionados, por exemplo, o que escrevi sobre as Inquisições, as torturas, o sambenito, o rezar para Papai Noel e Branca-de-Neve, se já existissem, e que depois de cinco ou seis gerações virariam santos pelos progressos pessoais alcançados pelos esforços de cada um e desobrigados das desgraças por conta de pecados cometidos; e sobre o Marcos original, aquela história do jovem rico que os carpocracianos gostavam de contar com conotação erótica; e sobre as vítimas imoladas no altar da deusa consumo; e sobre os medíocres; e sobre os templos com caras fachadas de mármore, ricamente construídos, erigidos com o escasso dinheiro de pessoas muitas vezes com dificuldades para manter os filhos na Escola; e sobre a condenação pelo crime de lesa maiestatis, grave, capital, porque os romanos não se imiscuíam nas religiões dos povos conquistados; e sobre Barrabás, o bar-Abbas, traduzido corretamente; e sobre o orgulhoso Praefectu romano e todo o seu poder, supostamente andando como barata tonta em seu tribunal, quando, na verdade, jamais cederia a pressões de conquistados a quem desprezava, sem entrar no mérito desse desprezo, que não libertaria um sicário, sedicioso contra Roma, para condenar um manso pró-Roma – a Cesar o que é de Cesar – sob pena de ter a cabeça cortada por ordem direta do Imperador; e etc., etc., etc., etc., e etc., tudo lá, no texto no livro.

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