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Arquivos Mensais: julho 2011

LIVRO III – TERRA; A SUBSTANTIVAÇÃO DA VIDA

30 sábado jul 2011

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Formados os vulcões, o precioso e raro vapor aquoso vindo do mais fundo do planeta com a massa ígnea depositou-se por milhões de anos em suas bordas, liquefazendo-se vagarosamente num produto composto de enxofre que exalou metano; caindo nas crateras, transformou-as no passo do tempo em lagos transbordantes de um líquido sulfuroso, vertido pelas encostas em longo e eficiente processo de decantação que reduziu o seu valor sulfúreo. Milhões de anos decorridos, o líquido vulcânico depurado, depositado nas depressões criadas no encrespamento da crosta terrestre, formou um colossal oceano que inundou a região central do planeta, deixando a descoberto, apenas, as terras a norte e sul, que se deslocariam com a movimentação tectônica originada em sua má estruturação combinada com as permanentes alterações em sua textura.

A diminuição do calor do Universo em alguns milhões de graus a partir da grande explosão não afetara a temperatura da Terra, alta ainda o suficiente para provocar intensa evaporação, associada aos gases vulcânicos e das rochas superaquecidas para melhorar os mecanismos planetários de proteção; a despeito da presença de compostos binários de enxofre, como o sulfeto de hidrogênio, na atmosfera, a ação dos elementos externos foi em boa parte contida.

A nova atmosfera repercutiu no oceano planetário; espécies químicas agregaram-se e reagiram peculiarmente, dando origem a um um rudimentar tipo de organismo, a bactéria (ver Nota 52), a vida substantivada em seu mais incipiente estágio, o começo. Parte da energia transportada pelos ventos solares e pelos campos de fótons, alterada pela torção do espaço, fizera-se eletricidade, sinterizara elementos da atmosfera, produzira átomos de características especiais. Chegara o momento de utilizá-los.

Após as crateras se constituírem lagos, os átomos do vapor depositado nas bordas dos vulcões foram fecundados pelos átomos do gás carbônico das quentes bacias vulcânicas e bombardeados pelos raios ultravioleta (ver Nota 53), fazendo surgir o aldeído fórmico (ver Nota 54); o nitrogênio e o hidrogênio pairados acima dos lagos, combinando-se no mesmo processo, produziram o amoníaco  (ver Nota 55), que, por modificação em sua composição NH3, substituiu uma parte do hidrogênio pelo radical  acila – decaimento do ácido carboxílico, de carboxila, grupamento funcional específico dos ácidos orgânicos, substância significativamente presente nos lagos vulcânicos, pela perda de uma hidroxila, o grupamento monovalente OH -, produzindo a amida (ver Nota 56), combinada com o aldeído fórmico para criar os aminoácidos (ver Nota 57), no início carentes de uma substância à qual se agregarem para formar grandes moléculas (ver Nota 58), suprida esta necessidade pelo produto de um processo paralelo ao que os produziu, os nucleotídeos (ver Nota 59). Os dois foram, então, utilizados como matéria-prima para a produção de proteínas (ver Nota 60) e ácidos nucleicos (ver Nota 61).

(…)

LIVRO III – TERRA; A SUBSTANTIVAÇÃO DA VIDA (continuação)

25 segunda-feira jul 2011

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A concentração de energia em um corpo diminui quando a matéria se expande; um corpo em expansão estabiliza-se quando o seu calor, distribuído por área maior, reduz-se até o equilíbrio da equação gravitacional expressa em termos de repulsão versus atração. Nesse estágio o processo expansivo é contido. Ainda um planetesimal, a Terra aumentou de tamanho incorporando planetesimais menores e fragmentos de explosões da primeira geração de estrelas; crescendo em massa, sua força de gravidade ampliou-se no mesmo ritmo, atraindo mais e mais fragmentos até equilibrar sua relação gravitacional. Estabilizando-se em tamanho e força de gravidade, ela equilibrou sua razão de gravitação com o Sol, passando a percorrer uma órbita definida e a irradiar calor quando sua temperatura ultrapassou a temperatura do Universo, em queda. O esfriamento, contração e solidificação do planeta a partir da camada externa empurrou para baixo as camadas menos densas e encrespou-o fortemente, formando grandes elevações e profundas depressões, todas irregulares, de tamanhos e formações diversas; vastas regiões afundaram, algumas não se alteraram, extensões enormes, como se esticadas, fizeram-se totalmente planas, outras se projetaram. As partes empurradas para o interior, desproporcionais em tamanho e forma, não permitiram um ajuste perfeito, deixando vazios em toda a sua estrutura.

O movimento em direção ao centro provocado pelas forças internas, como não poderia deixar de ocorrer, exerceu forte pressão sobre o núcleo, reduzindo-o, baixando o grau de atividade nuclear e, por via de consequência, sua pressão interna. Diminuída a velocidade de expulsão de magma, os caminhos por aonde ele fluía abundante e pastoso até alcançar a superfície estreitaram-se, formando canais, vias regulares para a matéria mais adensada pela redução da atividade nuclear, reduzindo o fluxo e a pressão sobre as paredes do núcleo. Sem o ímpeto inicial, após viajar por quilômetros a partir da região do núcleo, pelo manto e através da crosta, quer por convecção, quer por correntes verticais, a lava acumulou-se resfriada na superfície em torno do seu local de saída, formando montes de tamanhos variados, cujos ápices, corroídos e ampliados pelos vapores aquosos e fluidos ácidos vindos das entranhas da Terra tornaram-se pontos de vazamento de gases e magma . Terão surgido desse modo os vulcões e suas crateras, berço onde os embriões da vida física foram por primeiro embalados; nas crateras se produziu o elemento no qual se desenvolveram os germens de sua substantivação. (continua)

LIVRO III – TERRA; A SUBSTANTIVAÇÃO DA VIDA (continuação)

14 quinta-feira jul 2011

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(…), surgindo dessa combinação um campo magnético intimamente ligado ao seu campo elétrico. Muito quente ainda, mas reduzido o calor abrasador, cessou a combustão dos elementos voláteis em sua superfície; a tênue cortina de gases que o envolvia espessou-se, protegendo-o melhor dos raios solares e da ação dos agentes cósmicos mais agressivos. Espessados, os gases formaram nuvens ácidas continuamente bombardeadas pelos ardentes ventos solares, uma difusa expansão da Coroa que projeta torrentes de partículas do Sol para todo o Sistema Solar, inundando-o de elétrons, íons e uma forte ação magnética; revolvendo-se intensamente, elas interferiram no campo elétrico, que as golpeou seguidamente com violentas cargas, associando em processo de fusão os componentes dos ventos solares com os seus próprios componentes, em cuja operação sintetizaram átomos absolutamente diversos de quantos se haviam formado até então. Eles iriam constituir as moléculas dos aminoácidos e dos nucleotídeos, os germens da vida, que, por diferentes formas de reações e combinações, a substantivariam, necessitando para tanto, porém, de um ambiente em nada parecido com o da Terra de então.

A atividade nuclear, que ainda hoje mantém o planeta aquecido, desacelerou-se. A queda permanente da temperatura do Universo aliada à proteção mais eficiente de sua nova atmosfera, espessada pelo acúmulo de gases e pela formação de nuvens ácidas, reduziu-lhe a temperatura, iniciando um processo de contração desenvolvido até o ponto em que as irregularidades de sua estrutura permitiram; a camada externa enrijeceu-se, definindo a litosfera, uma crosta rochosa estendida à profundidade próxima de 100 quilômetros, definindo-se também camadas com ela combinadas para compor a parte sólida da Terra, interrompida por três regiões incaracterísticas. Da superfície para o centro, na sucessão de camadas, uma se situa entre a crosta e o manto superior, outra entre este e o manto inferior, e mais outra entre o manto inferior e a região exterior do núcleo. A quentíssima região central, o núcleo propriamente dito, denso coração metálico do planeta, circundado por sua região externa, puro ferro líquido, passou a aquecê-lo por convecção através do manto quando o resfriamento do Universo fez a temperatura exterior cair para aquém do potencial de produção de calor do núcleo, que, contraído, reduziu sua atividade, diminuindo por consequência a liberação de enxofre, metano e amônia.

A ação de vapores aquosos, do nitrogênio e do dióxido de carbono, mesmo liberados em quantidades mais  baixas do que as dos gases mais agressivos, começou a limpar o ambiente, tornando-o menos ácido. Como não existiam ainda o oxigênio e sua variedade alotrópica ozônio, um gás azul-pálido reativo e oxidante, a radiação ultravioleta precipitava-se livremente no planeta. (continua)

UM ALERTA

07 quinta-feira jul 2011

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O Globo de 1º deste corrente mês de julho publicou em sua página 07 artigo de Ana Paula Barcellos, professora de Direito Constitucional da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – QUEM SUPORTA A LIBERDADE? -, cujo DNA é o mesmo de posts  publicados neste blog.

De amplo espectro humanista – humanismo, ao colocar o homem no centro dos fenômenos sociais, é também chamamento às suas responsabilidades -, não é um texto digestivo, veladamente crítico; é uma lição de responsabilidade democrática e engajamento pessoal e social, visão de mundo a ser meditada por esta sociedade onde vivemos, de um lado exibicionista, presunçosa e arrogante, e de outro, fraca e débil, com enorme dificuldade em lidar com a liberdade de que goza.

À conta da incapacidade de gerir a própria existência, exercer-lhe o controle e assumir os riscos implicados, criou-se um vácuo, ora ocupado pelo Estado-tutor, ranço e faceta ditatorial que decide para quem não o faz, mas impondo escolhas indiscriminadamente, mesmo para quem delas não necessita ou por elas não espera, ora abrindo espaços para regras absolutamente estranhas ao modelo constitucional/democrático que violam em sua vocação patrulheira os mais comezinhos direitos dos cidadãos.

Sim, assiste-lhe total razão, Professora, a liberdade tem consequências,  a principal delas resistir à onda repressiva mascarada de clamor de minorias, às vezes nem tão minorias assim, empenhadas em tolher a liberdade de expressão, tão cara ao melhor preceito constitucional. E, nesse capítulo, é bom que se diga, o que parece quererem tais minorias é obter privilégios. Já existem normas legais suficientes para sustentar as garantias individuais. Lutem por elas, pela sua observância.

Nada está além do Direito, nada, como bem observou a Professora Ana Paula, com o que o Direito não esteja acostumado a lidar, necessário, apenas, assumam os interessados o seu papel de súditos de um Estado democrático.

Nenhuma sociedade verdadeiramente democrática caiu do céu no colo dos seus naturais; eles tiveram de lutar por ela. Não se há de criminalizar opiniões; as ofensas já estão devidamente enquadradas pela lei, presente o que dia desses escreveu Cacá Diegues: (…). Se num discurso não houver um mínimo de possibilidade de o outro estar certo, esse discurso será sempre autoritário, excludente e impositivo, não serve para nada.

Em A Conspiração, alinhando ligeira biografia de Terêncio, tomei-lhe emprestada uma fala de O Carrasco de Si Mesmo para epígrafe de um dos Livros: homo sum, nihil humanis a me alienum puto. Reservem e exerçam os ofendidos, contudo, o direito de discordar de idiossincrasias e posições, submetendo, neste caso, a assim compreendida ofensa ao exame do Judiciário, socorrendo-se, porém, da norma legal geral; não esperem se legislem sobre especificidades.

Esse é o caminho do homem civilizado.

 

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